domingo, 1 de maio de 2016

Entrevista com a escritora Lu Menezes



Em 2017, Lu Menezes agitou Santos com o maravilhoso projeto Autoria Cultural.

Lu Menezes é santista, publicitária e escritora. Daquelas que entendem como ninguém a sobreposição de papéis e as contradições que permeiam nossos relacionamentos e cotidiano. Morou em São Paulo, Londres, Belo Horizonte e hoje se concentra na baixada. Viajante por opção, trabalho e oportunidade, aproveitou suas escapadelas pelo velho mundo pra aprender mais sobre as dicotomias, graças e malfeitos que acometem a todas as filhas de Maria. Assim nasceu Baião de Três. Uma mistura gostosa de tudo isso.
Cronista de jornais catarinenses, idealizadora de oficinas de escrita criativa e literatura, Lu também é blogueira, veja abaixo o nome de seu blog , onde se diverte com causos e contos, que retratam o dia a dia e brincam com nosso jeito de ser e ver a vida.


1. Quando você começou a se interessar por literatura?
A literatura sempre esteve presente na minha vida. Desde a infância. Com contos e personagens que se somavam as minhas próprias histórias. Como não partilhar das malandragens da boneca Emília? Ou não desejar ter o meu próprio pé de laranja lima? Foi mais ou menos assim que tudo começou. Lendo. E logo queria escrever. Mania que ainda me acompanha. Até os dias de hoje.

2. Como foi seu início no meio literário?
Sempre escrevi. Em alguns momentos, mais. Outros, menos. Mas o trabalho com leitores veio em 2010, quando comecei a escrever crônicas para o jornal Agora Meio Oeste, de Videira (SC). Trabalho embrionário. E que serviu de ensaio a composição do meu primeiro livro, Baião de Três. Na sequência, veio o blog, www.letrasecontos.com . E projetos de novos livros. Escrita é isso. E quem escreve sabe. Que não tem cura. Nem volta. Jamais.

3. Conte sua experiência nas Oficinas Culturais Pagu.
Comecei a trabalhar com oficinas em 2013, em Videira (SC). Daí vieram os encontros em minha cidade, Santos, nas Oficinas Culturais Pagu: um espaço ímpar, onde as mais diversas formas de expressão cultural se encontram. Disseminando arte e educação por toda a baixada santista. O foco das oficinas é a discussão e a produção literária, privilegiando a fluência discursiva e a busca por uma escrita mais consciente, focada e balizada em técnicas que favoreçam o nosso processo criativo.

4. Como você percebe o atual cenário literário brasileiro?
Hoje escreve-se muito no Brasil. O que é fantástico. Mas ainda precisamos pedalar um bocado até que os espaços e oportunidades atendam às necessidades reais do mercado literário nacional. Com chances efetivas de trabalho para os novos talentos e condições satisfatórias aqueles que tencionam viver das letras.

5. Quantos e quais são seus livros publicados?
Tenho um livro publicado até o momento. Baião de Três, um livro de contos e crônicas, que trata de gente, em seus pecadinhos cotidianos e histórias mais corriqueiras. Lançado em agosto de 2013, pela Editora Alley. E trabalho em outros dois projetos, com previsão de término até 2017.

6. Algum escritor exerceu impacto em sua obra? Quem? Por que?
Muitos. Vários. E são tantos que fica difícil nomear alguns. Mas gosto de citar Nelson Rodrigues, Gabriel Garcia Márquez, Jose Saramago e Luis Fernando Veríssimo, como nomes que influenciaram diretamente a minha escrita e forma de "ler" o mundo.

7. Quais os seus projetos para 2015?
Estou cem por cento comprometida com os novos livros que estou escrevendo, mas é claro que os "causos" do blog continuarão sendo publicados semanalmente. Além das novas oficinas que ainda vêm por aí.

8. Deixe uma mensagem final. Obrigada.
Obrigada, você, querida amiga, pelo bate-papo. Ainda mais quando o assunto é esse. Literatura. Escrita. Leitura. Prazeres que abrem portas e mentes. Que mostram caminhos e possibilidades que tornam nossas vidas ainda mais deliciosas de serem vividas. Aos bocados. Que assim é bem melhor. Só que vicia. Então, venham preparados...

Site da Lu: Letrasecontos

resenha do livro Sete Anos, de Fernanda Torres





O livro reúne textos publicados entre 2007 e 2013 nas revistas Veja Rio, Piauí e no jornal Folha de São Paulo. Apenas uma é inédita, a que fala sobre a morte de Fernando Torres.
Fernanda fala do ofício do ator e da arte cênica fazendo um apanhado da história do teatro, cinema e televisão em cujos palcos transitou desde cedo na vida.
Há pontos negativos. Fernanda carece da técnica do escritor profissional e transporta para o papel certos vícios de linguagem cuja origem se compreende quando se lembra de seu sucesso como comediante. O caricato, a superficialidade, a generalização que provocam o riso contaminam sua prosa. Ela abusa dos clichês e mostra sem aprofundar. Lembremos que os textos foram originalmente escritos para colunas de mídia impressa, espaço rígido em seu formato. Imperdoável é a falta de revisão da Companhia das letras que deixou escapar mistura de tratamentos, como nessa frase da página 123: "O humorista fará piada com sua desgraça, o escritor te roubará as histórias e o jornalista usará sua informação."
O texto Buquê nada acrescenta ao leitor e destoa do conjunto. Fala da histeria feminina e de sexo oral em uma conversa à mesa que pretende ser engraçada, porém, "entre o chocolate e a carícia íntima", "esqueçam os aspargos" e a crônica.
Perdoemos estes deslizes da escritora Fernanda, já que a atriz nos presenteia com um retrato precioso dos bastidores da arte e se dispõe a "falar, sem deixar de ser pessoal, sobre coisas de interesse comum."
O texto de abertura é Kuarup, no qual ela nos detalha à sua maneira engraçada os apuros da equipe de filmagem, isolada no Parque Nacional do Xingu, alojada em barracas baixas que obrigava as pessoas a viverem acocoradas, observadas por famílias indígenas, tendo o material de cena que pernoitara ao relento devorado por formigas. A autora confessa ter perdido seus "delírios de moça fina" e desenvolvido um certo "ceticismo em relação à vida selvagem".
Comparando diretores, roteiristas, passeando entre grupos e tendências, Fernanda cita a mãe para diferenciar trama e drama. A trama é técnica fria, o sofrimento egoico que o psiquiatra cura. O drama é apanágio dos mestres, é a transcendência da alma, toca fundo o espectador.
Achei curiosa a revelação de Bráulio Mantovani: "quando disseram que meus personagens americanos eram estereotipados, eu não tinha a menor ideia do que fazer para humaniza-los."
Quando o assunto é política, no entanto, Fernanda vacila; usa tantas figuras de linguagem que acaba por dizer coisa nenhuma. Melhor calar, como fez a mãe ao ser convidada para entrar na política, como Ministra da Cultura. No entanto, ela é comentarista política...fica sempre em cima do muro.
No capítulo Os Russos há interessantes considerações sobre o uso da literatura como solução para o ensino da política. A autora justifica: "os personagens debatem, discutem, evita-se a doutrinação sem contexto, permite-se a retrospectiva histórica da reflexão; usa-se a contradição humana como narrador". Ao término, o texto, que mantinha o seriedade do tema, desagua na desastrosa última frase: "a arte é uma baita aliada da educação". Em minha opinião, a palavra baita descontrói o texto.
Minha crônica preferida foi No dorso instável de um tigre, sobre o ofício de ator:
"O deus do teatro é Dionísio, o doido, o catártico, o de vinho, o do êxtase. É preciso livrar-se de Narciso. Os iniciantes vivem por definição em estado de pânico. A angústia em cena é o motor do comediante; controlá-la é a arte do profissional". Segundo Fernanda, teatro é fingimento mútuo. "Eu finjo ser outro e você finge que acredita". A fobia do ator é o medo da cena. Se cavalo e entidade se misturarem no palco, é o colapso, o risco de perder o sentido da profissão. "Que razão há para fingir ser outro?". Há uma linha bem tênue separando personagem, alucinação programada e loucura. "O bom ator não representa, é." O final deste texto é perfeito: "Tudo se primeira fala da primeira cena de Hamlet: Quem está aí?"
O maior elogio que posso fazer ao livro é: Fernanda escreve com a alma. artigo publicado no site


O charmoso quadrado japonês - artigo cultural

            Seguindo a trilha das cerejeira, no mês passado, em um vilarejo chamado Shiragawago, encontrei pela primeira vez o simpático Furoshiki. (pronuncia-se furoshikí)
           Foi minha amiga Helena, sansei, que exclamou:
           - Ah! Um furoshiki! Como o de vovó!
           Trata-se de um quadrado de pano, no qual as pessoas embrulham tudo: presentes, caixas, garrafas, livros, panelas com comidas quentes. Nós artísticos fazem a diferença nos pacotes, que podem ser carregados como cantil, bolsa de mão ou a tiracolo, ou viram flores enfeitando um mimo. Os presentes são embrulhados em seda. Para uso familiar, qualquer tecido serve. Os japoneses capricham em tecidos elaborados com padrões adequados para cada estação do ano. Na primavera, por exemplo, flores e filhotes de animais são os preferidos.

         O furoshiki teve origem no período Nara (710 - 784 d.C.) para transportar os bens do Imperador. Depois, no período Heian (794 - 1185) a nobreza utilizou amplamente esse recurso para acondicionar roupas. Nas casas de banho, esse era um modo prático de separar os pertences de cada um. (Lembrando que os japoneses gostam das saunas coletivas.)
               No século vinte o uso do furoshiki diminuiu por conta da popularidade dos plásticos e embalagens artificiais. Contudo, em 2006, o Ministro japonês do Meio Ambiente, Yuriko Koike, lançou uma campanha para promover o uso do origami de pano, outro apelido do furoshiki. O motivo é simples - seu uso é ecológico, evita o despercídio de sacolinhas plásticas.
              Comprei a idéia e repasso. Qualquer toalha de mesa, guardanapo ou pedacinho estampado de chita, até mesmo uma canga de praia pode ser facilmente transformada em bolsa ou embrulhar um presente de forma especial.
           Fica o convite ao leitor para que conheça as formas, da mais simples até a mais elegante, de amarrar o furoshiki há vários vídeos a respeito no youtube.





Receita de felicidade - Resenha de de uma obra de Epicuro

"Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito." Assim começa a Carta sobre a felicidade, delicioso e precioso livreto de cinquenta páginas do filósofo grego Epicuro. Livreto porque tem dez por quatorze em e metade das páginas estão em grego, nas edição da editora UNESP.
Afirma o autor ser necessário "cuidar das coisas que trazem felicidade, já que, estando ela presente, tudo temos."
Bem humorado, esclarece o filósofo que "o mais terrível dos males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos"!
A carta esclarece que o prazer é ausência de sofrimento físico e de perturbações da alma. "Por prazer não nos referimos aos prazeres intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos". É realçado o fato de que "não existe vida feliz sem prudência, beleza e justiça, e que não existe prudência, beleza e justiça sem felicidade".
Como outros filósofos gregos, também afirma Epicuro que o homem feliz é o sábio, que discerne o bem supremo nas coisas simples e fáceis de obter. E aconselha o leitor a meditar, dia e noite, para "viver como um deus entre os homens".
No Jardim de Epicuro, em Atenas, vicejava a comunidade onde o mestre com seus discípulos vivia de modo simples, tomando água e alimentando-se de pão e das hortaliças que cultivavam.
O epicurismo sobreviveu por sete séculos e encontrou entre seus ilustres discípulos os virtuosos romanos Sêneca e Cícero.
Recomendo ao leitor a leitura desta carta já que "ninguém é demasiado jovem nem demasiado velho para alcançar a saúde do espírito".

A arte de não ler - Resenha do livro de Schopenhauer (A arte de escrever)

9(


Engana-se quem pensa que os filósofos são sérios, tediosos, enfadonhos. Pelo contrário! Em alguns textos, como este de Schopenhauer, eles são engraçados, bem humorados e usam ironia fina para criticar os costumes.
Schopenhauer constata que em todos os tempos, a maioria das pessoas "lê, sempre, em vez dos melhores, a última novidade". Por isso, diz ele, "é tão importante a arte de não ler"!, constatando que "quem escreve para os tolos sempre encontra um grande público" e que "todo autor se torna um escritor ruim assim que escreve qualquer coisa em função do lucro".
O filósofo aconselha ao leitor que "é melhor comprar livros de segunda mão do que ler livros de segunda mão". (aqueles livros em que alguém diz sua opinião sobre o que ele acha que o autor quis dizer. Às vezes, até o próprio autor se surpreende... dos achismos do sujeito)
"Na república dos eruditos, cada um procura promover a si próprio para conquistar algum reconhecimento". Schopenhauer diferencia eruditos de pensadores. "Os eruditos são aqueles que leram coisas nos livros, mas os pensadores são aqueles que leram diretamente no livro do mundo".
"Usar muitas palavras para comunicar poucos pensamentos é sempre sinal inconfundível de mediocridade". Infelizmente, quem grita mais alto consegue seus cinco minutos de fama...
O autor ainda faz alguns comentários com seriedade. A respeito da poesia, por exemplo, afirma que poemas não podem ser traduzidos, apenas recriados. Também comenta que "a lei da simplicidade e da ingenuidade, já que essas qualidades combinam o que há de mais sublime, vale para todas as belas artes".
Todo grande leitor e cada aspirante a escritor aprenderá algo útil nesta obra não tão conhecida deste filósofo, A arte de escrever , e certamente passará algumas horas agradáveis na companhia deste livro interessante, ao qual não se aplica, a meu ver, a utilíssima "arte de não ler". publicado no site Digestivo Cultural em 10/7/2015

artigo - 18 de julho, Dia do Trovador



A alegria, o companheirismo, a firme determinação de seguir a vida pelo lado mais ensolarado, otimismo e solidariedade. Eis o trovador típico. Quem conhecer o grupo, logo perceberá a diferença.
De acordo com Jorge Amado, a trova é "a criação literária que fala mais diretamente ao coração do povo".
Vinda de Portugal, onde é conhecida como quadra, esta forma poética tem quatro versos de sete sílabas com sentido completo e divide-se em três gêneros: lírica, filosófica e humorística.
A UBT (União Brasileira de Trovadores) foi fundada por Gilson de Castro, cujo pseudônimo era Luiz Otávio, que faleceu em 1977. A data de seu nascimento foi escolhida para homenagear os trovadores.
Citarei algumas trovas para o leitor poder apreciar sua evolução através dos tempos.

Portugal

Sem conta, peso ou medida
vivo no mundo, de sorte
que não sei, chegando a morte,
que contas darei da vida.
Nuno Marques Pereira (século XVII)

Tu és Maria da Graça.
mas a que graça é que vem
ser essa graça a desgraça
de quem a graça não tem?
Fernando Pessoa (1888-1935)

Brasil

As nuvens ajoelhadas,
nos claustros ermos e vãos,
passam as contas douradas
das estrelas pelas mãos.
Castro Alves ((1847-1871)

O amor que a teu lado levas
a que lugar te conduz,
que entras coberto de trevas
e sais coberto de luz?
Olavo Bilac(1865 -1918)

Atirei um limão doce
na janela de meu bem.
Quando as mulheres não amam,
que sono as mulheres têm!
Manuel Bandeira(1886-1968)

Teu sorriso é um jardineiro,
meu coração um jardim,
saudade, um imenso canteiro
que trago dentro de mim.
Mário de Andrade. (1893 - 1954)

Em barco de nuvens sigo
e o que vou pagando ao vento
para levar-te comigo
é suspiro e pensamento.
Cecília Meireles. (1901-1964)

Só por descuido é que Helena
acabou por se casar,
pois pensou que Cibalena
fosse pílula...Que azar!
Cláudio de Cápua

Era uma vez... e eu sorria
aos contos da Fada Bela...
e minha mãe não dizia
que a bela fada era ela!
Carolina Ramos

A data é comemorada pelo Brasil afora com várias festividades. Em Santos, por exemplo, Carolina Ramos proferirá uma palestra no dia 25 de julho na Biblioteca Mário Faria, às 18 horas, aberta ao público. Quem for da região, pode passar por lá e conferir.

Conheça mais em Trovadores de Santos . publicado no site Digestivo Cultural em 18/7/2015

arutigo cultural - Do outro lado do mundo (Japão)



Japão é mais do que eletrônicos, sashimi, amuletos shintoístas e templos budistas. Não vi por lá mangás nem animês nem haikus. Em compensação andei no piso rouxinol em um dos palácios do shogun Togugawa!
Viajei no mês passado com uma dezena de sanseis, esses "apátridas" que no Brasil são japoneses e que no Japão são brasileiros.

No segundo dia eu estava indo ao ofurô coletivo com a naturalidade de quem via à praia; no terceiro dia comer arroz com nabo no café da manhã parecia o correto. No terceiro dia eu estava comendo peixe cru e afirmando ser oishi (gostoso).

Seguindo a trilha das cerejeiras , descobri o furoshiki, , uma espécie de origami de pano usado nos tecidos mais elaborados e com nós artísticos para finalidades diversas: embrulhar presentes, carregar comida quente, garrafas usadas como cantil e até como bolsa.
Como não admirar um povo que de arroz, chá verde e flores faz de tudo, de papel e doces?

O paladar ocidental se choca com a culinária japonesa. Ao fim de uma semana eu olhava disfarçadamente a procurar um pão de queijo...mas acabei por notar a diferença no corpo - mais disposição, melhor digestão, um sentido de plenitude e bem-estar. Essa dieta exótica não me fez correr ao supermercado em busca de ingredientes nem procurar por receitas no Google, mas me inspirou a caminhar, meditar e apreciar a beleza singular das montanhas cercadas pelo mar bravio.
O comentário mais engraçado ficou por conta de nossa guia. Ela nos contou dos japoneses centenários e do baixo índice de natalidade, menos de dois filhos por casal. No Japão tudo é de excelente qualidade e caro; o custo de criar um filho deve assustar. Aí a guia arremata o assunto:

- Japonês não morre mas também não nasce, né?

Para ser melhor, só mesmo com placas, mapas e folders em outras línguas. Eu não entendia o sotaque monossilábico do inglês deles, e meu acento francês não me ajudou a ser entendida por eles, porém japoneses são ótimos em mímica! Por gestos, cruzei duas ilhas conseguindo me entender com os comerciantes. Vou sugerir à ONU que engavete de vez o esperanto. Na minha opinião, a linguagem universal que poderá unir nossa Babel será a linguagem libra de sinais.
Uma advertência final: não acredite em quem lhe disser que poderá ver o monte Fuji de qualquer lugar de Tóquio e perfeitamente do alto do mirante Skytree. Mentira! Fuji-san, como é carinhosamente chamado, escondeu-se na poluição que circunda a capital. Virou monte Fugiu...
Os japoneses são na deles, eu sou na minha, por isso senti-me tão bem por lá. Pretendo voltar. O outono me aguarda... Dewa mata...

publicado no site Digestivo Cultural em 17/7/2015